quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Amélia Muge - Nevoeiro (poema de Fernando Pessoa)


Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
define com perfil e ser
este fulgor baço da terra
que é Portugal a entristecer –
brilho sem luz e sem arder,
como o que o fogo-fátuo encerra.
 
Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ância distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
 
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro…
É a Hora!”

1 comentário:

Pedro Coimbra disse...

Gosto do poema.
Da voz dela, não consigo gostar, Rodrigo.
Aquele abraço e votos de bfds!!