segunda-feira, 30 de abril de 2012

Um 1º de Maio (obrigatoriamente de luta)

Desde que me lembro de poder comemorar o dia mundial dos trabalhadores, houve sempre uma associação entre festa e luta. No primeiro 1º de Maio em liberdade apesar da sua componente de festa havia cartazes às centenas com reivindicações diversificadas. Ainda me lembro do que fiz (coisa para que nunca tive grande jeito) onde estava bem claro um garrafal “fim à guerra colonial”.

Hoje na véspera de mais um dia mundial dos trabalhadores, adensa-se a necessidade de lutar, já não contra a guerra colonial mas contra um conjunto de patifarias de que todos (ou quase) directa ou indirectamente estamos a ser vítimas. Fui lendo umas coisas por aí e fui ficando com vontade de escrever qualquer coisa. Como nem sempre a inspiração e as palavras certas aparecem e alguém já hoje publicou algo que subscrevo, aqui deixo alguns links cuja leitura sugiro.



Verdades

                 Surripiado aqui.

sábado, 28 de abril de 2012

Memórias (outra vez)

Sempre que não tenho compromissos ao sábado, fico por casa. Especialmente quando o tempo não está de feição. De manhã abro a janela do quarto e fica logo decidido se o dia vai ser caseiro ou não. Há dias (hoje foi um desses) que não largo o pijama e o roupão. Tinha um comprometimento moral de ir assistir a um evento em Mira em jeito de homenagem a Zeca Afonso e Adriano Correia de Oliveira. Algumas razões de ordem pessoal e profissional tiraram-me uma certa vontade de sair de casa e por aqui fiquei a curtir algumas tristezas e incertezas ligadas aos tempos que correm e mais tarde ou cedo a muitos de nós atinge.


No entanto enquanto vou lendo um dos semanários que para aí já há 40 anos se tornou uma referência e quase que um vício, vão vindo à memória os tempos que mais entusiasticamente comemoramos por estes dias. Falo naturalmente de Abril/ Maio de 1974 e a junção que os acontecimentos nessa altura se fundiram de tal forma que as grandes manifestações se realizaram no 1º, 1º de Maio em liberdade. Os acontecimentos verificaram-se de tal forma a uma velocidade estonteante que em termos de memória não os consigo distanciar.

Mas recordo uma verdade inquestionável. Nestes dias em que muitos de nós conhecemos a liberdade, estávamos todos juntos, não havia divisões era um Povo a afirmar o direito à sua liberdade e o direito de a exprimir. As divisões viriam depois e lamentavelmente, hoje mantém-se, nalguns aspectos estupidamente.

Este texto está seriamente afectado por acontecimentos verificados na noite, que na minha Marinha Grande é o ponto maior das comemorações do 25 de Abril, que me deixaram triste e quase me levaram a perder a ilusão de que só com a unidade da esquerda se pode pôr termo à escalada ultraliberal com sintomas fascizantes que por ai se fazem sentir.

Junto um link e mais abaixo uma opinião expressa sobre actos que no mínimo me envergonham, O facto de só hoje me referir a eles, deve-se ao "hábito" de confirmar normalmente  aquilo que afirmo.




Talvez por vergonha ou qualquer outro sentimento que não sei explicar, não me tinha ainda referido às comemorações do 25 de Abril na minha Marinha Grande. Há largos anos que o grande momento é às 24 horas de 24 para 25. Antes dos espectáculos há sempre uma concentração e normalmente uma intervenção do presidente da Camara em funções. Embora lá tenha estado, fiquei na retaguarda a fazer companhia a um amigo. Inexplicavelmente mal consegui ouvir algumas palavras do discurso, dado que um conjunto de verdadeiros "energúmenos" decidiu e hoje sei, que de forma organizada, sabotar com vaias, assobios e apupos o actual presidente da camara, tornando inaudível o seu discurso.
 
Goste-se muito pouco ou nada do presidente eleito, não tem explicação o miserável acto cometido neste dia. Se alguém ficou mal na “fotografia” foram os militantes do PCP que demonstraram o que de pior por lá ainda sobrevive e emporcalha o honroso papel deste partido no próprio 25 de Abril. Espera-se uma demarcação pública da sua direcção, sob pena deste partido ficar seriamente comprometido com estas tristes atitudes.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Donos de Portugal


Donos de Portugal é um documentário de Jorge Costa sobre cem anos de poder económico. O filme retrata a proteção do Estado às famílias que dominaram a economia do país, as suas estratégias de conservação de poder e acumulação de riqueza. Mello, Champalimaud, Espírito Santo – as fortunas cruzam-se pelo casamento e integram-se na finança.

Ameaçado pelo fim da ditadura, o seu poder reconstitui-se sob a democracia, a partir das privatizações e da promiscuidade com o poder político. Novos grupos económicos – Amorim, Sonae, Jerónimo Martins - afirmam-se sobre a mesma base.

No momento em que a crise desvenda todos os limites do modelo de desenvolvimento económico português, este filme apresenta os protagonistas e as grandes opções que nos trouxeram até aqui. Produzido para a RTP 2 no âmbito do Instituto de História Contemporânea, o filme tem montagem de Edgar Feldman e locução de Fernando Alves.

A estreia televisiva teve lugar na RTP2 a 25 de Abril de 2012. Desde esse momento, o documentário está disponível na íntegra em www.donosdeportugal.net. Donos de Portugal é baseado no livro homónimo de Jorge Costa, Cecília Honório, Luís Fazenda, Francisco Louçã e Fernando Rosas, publicado em 2010 pelas edições Afrontamento e com mais de 12 mil exemplares vendidos.

facebook.com/donosdeportugal

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Guernica, 26 de Abril de 1937


Guernica, 26 de abril de 1937. É segunda-feira, dia de mercado para os sete mil habitantes da pequena cidade basca. A vida corre com relativa normalidade até que, por volta das 16h30, os sinos da igreja começam a tocar a rebate. Não há tempo para grandes espantos.

Cinco minutos depois está um avião a sobrevoar o povoado e a lançar seis bombas explosivas e uma saraivada de granadas. Logo a seguir aparece outro avião. E depois outro. Começava o massacre e um dos episódios mais trágicos da Guerra Civil de Espanha.

No final do ataque aéreo, as esquadras de bombardeiros Heinkel 111 e Junker 52, num total de quarenta aviões, tinham lançado trinta toneladas de bombas e metralhado sem piedade homens, mulheres, crianças e até gado. A cidade estava completamente destruída. VER MAIS.

terça-feira, 24 de abril de 2012

24 de Abril de 1974 Emissores Associados de Lisboa 22: 55 Horas

Muitos poucos minutos depois de agendar esta canção com o único objectivo de relembrar a canção que serviu de sinal para o arranque das forças militares que haveriam de derrotar o regime fascista que oprimiu o nosso povo durante 48 anos, surgiu uma notícia que muito me entristeceu. Sem deixar de manter o objectivo deste post acrescento-lhe à posterior uma dedicatória imprevista e inesperada. Junto este "depois do adeus" ao Miguel Portas !

Notícias que ensobram a Festa da Liberdade.

Miguel Portas, eurodeputado pelo Bloco de Esquerda, morreu esta terça-feira, aos 53 anos, de cancro no pulmão, em Bruxelas.
Economista, durante vários anos jornalista, foi, ainda antes do 25 de Abril de 1974, militante e depois dirigente da União de Estudantes Comunistas. Já em adulto foi militante do PCP, de onde sai em 1991.
 Miguel Portas integrou então, desde 1989, a Terceira Via, grupo de militantes comunistas que se opunham à direcção e onde pontificavam figuras como Joaquim Pina Moura e Barros Moura. Após o golpe de Estado na União Soviética a 20 de Agosto de 1991, a maioria dos elementos que integravam a Terceira Via rompe e abandona o PCP, entre eles Miguel Portas, em protesto com o apoio que a direcção do partido deu aos golpistas. Neste processo seriam expulsos do PCP figuras como Barros Moura, Raimundo Narciso, Mário Lino, tendo José Luís Judas abandonado o PCP para evitar a expulsão e preservar a CTGP de que era dirigente. VER MAIS

O dia anterior


Há 38 anos, há hora que tento alinhavar este post estava a trabalhar numa fábrica de vidros existente na localidade dos Pousos, perto de Leiria. Era um dia igual a tantos outros, tinha 19 anos e um futuro obscuro à minha frente. Mais um ano e iria ingressar na tropa, então obrigatória e muito provavelmente após a recruta, pois nunca passaria de soldado “raso” lá seria mais um jovem a ser transformado em carne para canhão.
O futuro o simples pensar nisso era apenas uma miragem. Os jovens desses tempos tinham à sua frente apenas um muro opaco, nada se via do lado de lá. Era um tempo sem futuro, era um tempo em que nos iam chegando notícias de gente que morria ou ficava estropiado. Noticias que doíam ainda mais quando se tratava de alguém conhecido, familiar ou amigo.

Nesse tempo já me chegava alguma imprensa clandestina. Nesse tempo já participava nalguns encontros onde sabia de coisas que a imprensa, a rádio e a televisão não divulgavam. Nesse tempo já me atrevia a sonhar, com o fim da guerra colonial, com a liberdade e o direito de olhar para o lado de lá daquele muro intransponível.

Um dia depois  só um, mudou tudo. Estava novamente no meu posto de trabalho, onde começávamos de madrugada, seriam para aí 9/10 horas da manhã quando um fornecedor de ferramentas se abeirou de mim e me segredou. “Houve um golpe de estado, o Caetano já foi preso, o Spínola, tomou o poder” e mais algumas coisas que não recordo. Recordo sim que não contive a alegria que senti e a explosão de vivas e abaixos, como que se repente tivesse ficado maluco gritei, no que rapidamente fui acompanhado pela generalidade dos colegas de trabalho. De nada serviu o alerta dado pelo mensageiro (atenção que as coisas ainda não estão seguras).

De tudo o que se seguiu já sabemos, a alegria, a festa as conquistas, a liberdade e a construção de Democracia.

Também sabemos que hoje, muito do que foi conquistado está em causa. Mas também sabemos que dispomos duma arma que se a utilizarmos convenientemente, faremos cumprir as palavras do poeta que escreveu “agora ninguém mais cerra as portas que Abril abriu”.

Que se comemore Abril, mas que saibamos que mais do que nunca, o temos que defender. Esta noite estarei na praça Stephens na Marinha Grande, gritando a plenos pulmões: VIVA A LIBERDADE.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

E lá vão 3...

Há 3 anos atrás este blogue nascia. Participante como simples leitor e comentador em alguns blogues especialmente um,  que tratava mais de questões caseiras, abalancei-me a criar o meu próprio blogue. Não percebia nada do assunto mas com uma pergunta aqui e ali, lá me fui desenrascando.
Mas na verdade ainda estava a dar os primeiros passos fui convidado para “opinador” e mais tarde para integrar o colectivo do “largo das calhandreiras” o que fez com que gradualmente pusesse o “folha seca” em hibernação.
Com alguma mágoa e sem perceber (ainda hoje) bem porquê fui ficando só, a alimentar um blogue que só fazia sentido se mantivesse o espírito colectivo com que foi criado e durante vários anos alimentado. Não abruptamente porque fui comunicando com o administrador no dia 6 Dezembro de 2010 escrevi o meu ultimo post, o que deu origem a que nos dias seguintes fosse “encerrada a emissão”.

Como lhe tinha tomado o “gosto” naturalmente reactivei o “folha seca” mantendo-o até hoje e se nada me impedir, continuarei a manter.
O Folha seca é um blogue despretensioso, tal como escrevi na declaração de princípios, os temas que trato, são originados pelo estado de espírito e disposição do momento.

Como isto não está para festas, não há bolo nem champanhe, apenas um agradecimento muito especial àqueles que têm pachorra para me ir lendo e um sincero pedido de desculpas por não conseguir ter tempo para visitar tanto como devia as amigas e amigos blogueiros que me acompanham.
Um abraço para todos.
Rodrigo Henriques

domingo, 22 de abril de 2012

"Letra para um Hino"


Letra de Manuel Alegre
Musica de Francisco Fanhais
Gravado em Roma, disco de solidariedade para com o jornal República e a reforma agrária, editado em 1975, com interpretações de José Afonso e de Francisco Fanhais, numa iniciativa conjunta do Manifesto e das organizações Lotta Continua e Vanguardia Operaria, nunca foi distribuído em Portugal.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

"A minha balada do desespero"


Sexta-feira à noite porra outra vez chiça nenhum cabrão me vai pedir dinheiro seja banco fornecedor fornecedora de energia eléctrica agua gás luz telemóvel sim eu sei que a todos vós eu devo sim seu cabrões de merda eu sei eu sou gente séria e só não pago porque não posso sim seus cabrões olhem para a minha vida e perguntei-me o quanto a mim me devem antes de me apresentarem a conta eu troco as minhas dividas pelos meus créditos e vai sobrar muito muito a meu favor por isso deixem-me uns dias em paz não não me lixem o fim de semana a mandar as meninas dos call center ligar-me a toda a hora merda eu pago deixem-me respirar eu pago merda eu pago mas deixem-me receber primeiro receber o que a mim me devem sim seus agiotas dos bancos foram vocês que se fartaram de me oferecer créditos a taxa quase zero sim seus especuladores das redes telefónicas vocês davam tudo e mais tudo telefonar era quase de borla sim seus burlões do gás canalizado era mais barato mas quando eu não tinha dinheiro para comprar a garrafa não comprava e agora vocês têm a torneira sempre aberta e se não pagar cortam e não tenho alternativa porque se encarregaram de montar circuitos que não dá para alterar e voltar à botija sim mas o homem da mercearia que me vai fiando também vai engelhando o nariz e sem o arroz a massa e mais umas coisitas é que não dá porra eu já mal como mal durmo já só bebo água da torneira e já não faço outros coisas que seria natural fazer porra deixem-me em paz este fim de semana não me chateiem voltem voltem à carga mas só na próxima segunda feira será pedir muito

Encontrado por aí sem autor e sem link possível. Sim tentei trazer para aqui uma conversa tida hoje ao fim da tarde com alguem que podia ser um dos muitos personagens dum teatro macabro a que  obrigatóriamente assistimos diáriamante, a falta de pontuação é de propósito para que cada um de nós  a ponha no sitío certo, se o encontrar. neste caso era apenas um operário ligado ao ramo da construção civil que vive com 3 meses de salário em atrazo.
E quando nos calhar a nós, será que a isso estamos imunes?

Até apetece perguntar...que m....é esta?

ASAE proíbe campanha da Maçã de Alcobaça apoiada pelo Estado

A ASAE apreendeu as embalagens da gama infantil da Maçã de Alcobaça, alegando que as alusões de saúde usadas não se encontram "autorizadas formalmente". A associação de produtores classifica a acção como "punitiva e demolidora", lembrando que a imagem promocional desta fruta, definida em 2004, foi aprovada pelo Estado português e pela Comissão Europeia, sendo financiada com verbas públicas. VER MAIS

À posterior: Muitas vezes não vamos à origem da notícia que leva à verdadeira razão de ser do post. Neste caso acho que vale a pena ler. Só assim dá para perceber.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

José Saramago fala do velho do restelo ao astronauta

José Saramago
Fala do velho do Restelo ao astronauta


Aqui, na Terra, a fome continua,
A miséria, o luto, e outra vez a fome.

Acendemos cigarros em fogos de napalme
E dizemos amor sem saber o que seja.
Mas fizemos de ti a prova da riqueza,
E também da pobreza, e da fome outra vez.
E pusemos em ti sei lá bem que desejo
De mais alto que nós, e melhor e mais puro.

No jornal, de olhos tensos, soletramos
As vertigens do espaço e maravilhas:
Oceanos salgados que circundam
Ilhas mortas de sede, onde não chove.

Mas o mundo, astronauta, é boa mesa
Onde come, brincando, só a fome,
Só a fome, astronauta, só a fome,
E são brinquedos as bombas de napalme.

Como é que o Eça sabia?

                                                Surripiado aqui

quarta-feira, 18 de abril de 2012

A caridadezinha (2)

Segunda feira publiquei um vídeo que serve de suporte a uma acção que dá pelo nome de “Desperdício Zero”.
Tinha ouvido no rádio a canção e algumas notas sobre a iniciativa,
o numeroso numero de cantores,  o autor da letra e da musica e a qualidade que reconheço à generalidade dos participantes, não me levou a ter qualquer hesitação na procura e sua publicação em post. Tive o cuidado de copiar todos os nomes e acrescentá-los para que ficassem visíveis sem ter de se ir directamente ao You Tube.
Algumas coisas que já ontem e hoje, li com espirito crítico relativo à iniciativa levaram-me a procurar conhecer melhor a iniciativa, quem a promove, quem a apoia e quem a patrocina.

Primeiro. Está subjacente que a ideia é fazer com que parte dos produtos que habitualmente vão para o lixo a nível da restauração, porque não são servidos por falta de clientela, possam ser doados dentro das condições de higiene adequadas a quem delas necessita, outra ideia é a de que produtos a atingir o prazo de validade, mas ainda em perfeitas condições de consumo, desde que imediato possam também ser entregues a quem deles carece.

Põe-se aqui a questão. Está correcto? Aparentemente dar aos “necessitados” aquilo que por outros não é consumido? Claro que não! O ideal era que não houvessem seres humanos carentes das condições mínimas de sobrevivência. Sim é por isso que quem tem o mínimo sentido de justiça deve lutar e tudo fazer para que esta miserável situação que aumenta todos os dias, tenha um fim. Mas e até lá? Há algum mal em alimentar algumas bocas esfomeadas e por muito rápido que sejam ultrapassados os problemas com que a nossa sociedade se debate quantos continuarão nesta situação?

Lembro-me da “caridadezinha” e sobre isso já algumas vezes escrevi. Mas não confundo esta e outras iniciativas com os tempos em que as senhoras anafadas e ricas davam aos pobres as “sobras” e por isso eram enaltecidas.

Quanto ao alto patrocínio da Presidência da Republica, porque não? Sabemos o quanto tem de responsabilidade o actual P.R. nesta situação, talvez tenha dado o seu patrocínio como forma de limpar a sua consciência, mas que raio, que se aceite sem complexos algo que até pode ter algo de meritório. Desgraçadamente um pouco por todo o mundo há gente com fome. Todos os dias morrem dezenas de milhares de seres humanos vítimas de subnutrição. Subsistem várias organizações em torno da desgraça alheia, os actos meritórios e desinteressados deixam-me muita dúvida. Mas perante este flagelo que a ganância do Capital financeiro tem tendência a fazer aumentar, não chega desmascarar e criticar. A par da luta para pôr termo às origens desta situação, podemos fazer mais qualquer coisa para aliviar o sofrimento dos que de nós estão mais perto.

Sou dos que luta pela dignificação do ser humano. Luto para que não haja gente a viver da caridade. Mas vejo gente carenciada e a cada dia que passa, duma forma crescente. Se posso fazer algo para diminuir esse sofrimento, faço! VER MAIS

segunda-feira, 16 de abril de 2012

"ACORDAR" - Hino da acção "Zero Desperdício"


 Hino dedicado à causa "Zero desperdício"
com música de João Gil e letra de Tim e em que participam: Ana Bacalhau, Anabela, Anjos, António Pinto Basto, Adriana, Ana Sofia Varela, Armando Teixeira, Boss AC, Camané, Carlos Mendes, Chullage, Cristina Branco, Cuca Roseta, Fernando Cunha, Fernando Girão, Fernando Tordo, Gomo, Janita Salomé, João Pedro Pais, Jorge Palma, João Gil, Kátia Guerreiro, Lara Li, Lúcia Moniz, Luís Represas, Luísa Sobral, Manuel João Vieira, Mafalda Veiga, Miguel Gameiro, Miguel Pité, Nuno Norte, Olavo Bilac, Paula Teixeira, Paulo de Carvalho, Pedro Laginha, Pedro Puppe, Ricardo Quintas, Ricardo Ribeiro, Rita Guerra, Roberto Leal, Rui Veloso, Salvador Taborda, Sara Tavares, Sérgio Godinho, Susana Félix, Tiago Bettencourt, Tim, Tito Paris, Vitorino, Zé Manel.

Um ovo estrelado se faz favor!

Produtores de ovos em risco. Portugal pode passar de exportador a importador


O preço no consumidor, que está num dos níveis mais altos de sempre, poderá aumentar ainda mais 10% a 15%
As empresas produtoras de ovos vão ter de abater perto de 3 milhões de galinhas em Julho porque não cumprem uma directiva comunitária que obriga à existência de gaiolas melhoradas, um investimento estimado em 75 milhões de euros. Por causa disso, Portugal passará de exportador a importador. VER MAIS

Sou do tempo em que as refeições lá em casa não passavam de uma sopa e o “conduto” era um ovo estrelado ou quanto muito, uma omelete. Tempos idos mas que à velocidade em que se degradam as condições de vida de cada vez mais Portugueses, este tipo de alimentação está a voltar a uma velocidade estonteante, para não referir aqueles, que já nem uma refeição deste tipo conseguem fazer.
Entretanto parece, conforme a notícia indica que os mesmos burocratas que definiam o feitio dos pepinos e tomates, também se puseram a desenhar o tipo de “gaiolas” ideais para as galinhas e vai daí toca de obrigar a abater uns tantos milhões das ditas.
Pronto parece que vai haver um recrudescimento do mau colesterol, porque os ovos vão sofrer uma redução no prato dos Portugueses. Para não falar nas implicações que se farão certamente sentir na indústria em si mas também noutras, por exemplo na de doçaria Nacional, cuja grande parte é para exportação.
Só não sei se o célebre pastel de nata tem nos seus componentes, ovo. Afinal tem.
Nota: Naturalmente que estou de acordo que os animais de cativeiro tenham as melhores condições de vida e alojamento. Mas se olharmos para as condições de vida e alojamento de milhões e milhões de seres humanos por esse mundo fora, verificamos que provavelmente as galinhas que vão ser abatidas, estarão melhor alojadas que muitos seres humanos.

No dia mundial da Voz

sábado, 14 de abril de 2012

"Foi bonita a festa, Pá"

Embora pense que alguma comunicação social se vá referir ao ”acontecimento” ficava mal que não deixasse algumas palavras. Difícil descrever as emoções que rodearam os variadíssimos momentos hoje vividos. Naturalmente que dar um abraço ao homenageado foi um deles, mas reencontrar velhos amigos e companheiros de outros tempos, foi outro. Sentir que ali se respirava Abril pelas várias e multifacetadas presenças.
Acompanhei e apoie desde a primeira hora, esta iniciativa. Sinto que para além do reconhecimento público que lhe foi dado por várias entidades oficias, foi importante. Mas ver a felicidade de Tengarrinha estampada no rosto foi gratificante.
Tal como escrevi no título do post, a festa foi mesmo bonita.

Na foto o Manuel freire cantando a emblemática Pedra filosofal.

Ultima Hora

Dado ter havido algumas desistências e tendo em conta que há amigos e amigas que já não se puderam inscrever. Pedem-me para divulgar que ainda há alguns lugares.
Se ainda  se quizer increver faça-o para os seguintes contactos.
oitentatengarrinha@gmail.com ou 218121219!

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Acontecimentos...

Hoje foi daqueles dias em que me apeteceu escrever umas coisas. Foi também daqueles dias em que a “raiva me cresceu nos dentes “. Gostava de ser como algumas queridas e queridos amigos que não ligam a política e até provavelmente não gostam de blogs que falem disso. Pronto eu não vou falar, vou deixar em omissão a razão dessa mesma raiva com alguma vergonha à mistura.

Amanhã vai dar-se um acontecimento, parece-me que único no Portugal Democrático. Lá vou estar presente, se possível dado o grande número de presenças, dar um abraço ao José Manuel Tengarrinha e a outros construtores do Portugal Democrático que por vicissitudes da vida há muito tempo, não vejo pessoalmente. Não posso deixar de agradecer ao grupo organizador e perdoem-me pessoalizar, à Helena Pato a organização deste evento, que naturalmente já tem uma conclusão., que eu apenas chamo a capacidade da unidade democrática, em torno de um homem que foi durante os tempos negros do fascismo e a construção do Portugal Democrático, um verdadeiro símbolo disso mesmo.

Alerta 2


Quem utiliza a internet e os meios que são postos à nossa disposição na óptica do utilizador, vai aprendendo umas coisas. No meu caso,  o aventurar-me a criar um blog e aprender os “truques” nele contidos já me custaram umas horas de trabalho. Ora acontece que (modéstia à parte) o blogger permite alguns indicadores e a curiosidade ” lixa o gato” apercebi-me na consulta das estatísticas que havia um URL que me visitava muitas vezes, sem pensar muito cliquei no respectivo. Trás aí abri a porta a um Spyware, cujo endereço parcial, já publiquei no poste com o título de alerta.
Pronto, mais uma lição. Tal como naqueles mails abundantes que recebemos, nada de clicar nos links dos visitantes que não nos ofereçam confiança (mesmo assim ?).
Pronto. Parece estar tudo bem, depois de serem extirpados uns bichos a que por burrice (parece) abri a porta. Vamos lá ver a factura que vai vir por correio.

"Menina Bexigosa"


Sidónio Muralha

A menina bexigosa viu-se ao espelho
soltou-se do vestido e viu-se nua
está agora vestida de vermelho,
inerte, no passeio da rua

Antes fora alegria e alvoroço
mas num baile ninguém a foi buscar
morreu o sonho no seu corpo moço
passou a noite a chorar

Tanto chorou que lhe chamaram louca
cada qual lhe levava o seu conselho
mas ninguém ninguém ninguém lhe beijou a boca
e a menina bexigosa viu-se ao espelho

Depois, fecharam a janela
vieram os vizinhos: ´Pobre mãe...´
vieram oa amigos: ´Pobre dela...´
´era tão boa e simples tão honesta,
... portava-se tão bem´
E dão-lhe beijos na testa
beijos correctos pois ninguém, ninguém
soube em vida matar a sua sede

A menina bexigosa portava-se tão bem´
O espelho continua na parede.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Alerta...

Hoje ao comentar num blogue amigo, perdi o acesso ao meu blogue. Lá segui as indicações e dando o meu nº de telemóvel consegui aparentemente recuperará-lo.
No entanto e dado que de vez em quando vejo as estatísticas, veriquei um endereço esquisito que me aparece nas visitas ultimamente com alguma frequência. Cliquei e fui parar a um site aparentemente pornográfico. Fechei e desliguei e tudo. Voltei a abrir e parece estar tudo bem. Mas cá por coisas, vou fechar a loja por uns dias.
Qualquer contacto, rmanuel@net.sapo.pt
Abraços
Rodrigo

quarta-feira, 11 de abril de 2012

MORRER DE PÉ NA PRAÇA SYNTAGMA

MORRER DE PÉ NA PRAÇA SYNTAGMA

Quando se ouviu um tiro na Praça Syntagma,
logo houve quem dissesse: “É a polícia que ataca !”.
Mas não, Dimitris Christoulas trazia consigo a arma,
a carta de despedida, a dor sem nome, a bravura,
e vinha só, sem medo, ele que já vivera os tempos
de silêncio e chumbo do terror dos coronéis.
Mas nessa altura era jovem e tinha esperança.
Agora tudo isso findara, mas não a dignidade,
que essa, por não ter preço, não se rende nem desiste.

Dimitris Christoulas podia ser apenas um pai cansado,
um avô sem alento para sorrir, um irmão mais velho,
um vizinho tão cansado de sofrer. Mas era muito mais
do que isso. Era a personagem que faltava
a esta tragédia grega que nem Sófocles ou Édipo
se lembraram de escrever, por ser muito mais próxima
da vida do que da imaginação de quem efabula.
Ouviu-se o tiro, seco e certeiro, e tudo terminou ali
para começar logo no instante seguinte sob a forma
de revolta que não encontra nas bocas
as palavras certas para conquistar a rua.
Quando assim acontece, o silêncio derruba muralhas.
Aos jovens, que podiam ser seus filhos e netos,
o mártir da Praça Syntagma pediu apenas
para não se renderem, para não se limitarem
a ser unidades estatísticas na humilhação de uma pátria. Não lhes pediu para imitarem o seu gesto,
mas sim que evitassem a sua trágica repetição.
E eles ouviram-no e choraram por ele, e com ele,
sabendo-o já a salvo da humilhação
de deambular pelas lixeiras para não morrer de fome.

Até os deuses, na sua olímpica distância,
se perfilaram de assombro ante a coragem deste gesto.
Até os deuses sentiram desprezo, maior do que é costume, pela ignomínia de quem se vende
para tornar ainda maior a riqueza de quem manda.
A Dimitris bastou um só disparo, limpo e breve,
para resumir a fogo toda a razão que lhe ia na alma. Estava livre.
Tornara-se herói de tragédia
enquanto a Primavera namorava a bela Atenas,
deusa tantas vezes idolatrada e venerada.
Assim se despedia um homem de bem,
com a coragem moral de quem o destino não vence.

Quando o tiro ecoou na praça de todas as revoltas,
Dimitris Christoulas deixou voar uma pomba,
uma borboleta, uma gaivota triste do Pireu
e disse, com um aceno: “Eu continuo aqui,
de pé firme, porque nada tem a força de um homem
quando chega a hora de mostrar que tem razão”.
Depois vieram nuvens, flores e lágrimas,
súplicas, gritos e preces, e o mártir da Syntagma,
tão terreno e finito como qualquer homem com fome,
ergueu-se nos ares e abraçou a multidão com ternura.

José Jorge Letria
6 de Abril de 2012

Arre Porra que é Demais!

FMI avisa que mais austeridade pode fazer implodir o país e o governo

Os quatro SES do FMI



O estado do país é como um baralho de cartas, um pouco mais de vento e poderá fazer cair todo o castelo. Pelo menos é assim que o Fundo Monetário Internacional olha para os próximos tempos.
E defende que mais austeridade só aumentará a tempestade no país: quer económica, quer social ou política.

Na última revisão ao Memorando de entendimento, o FMI avisa que, apesar de o programa estar a ser cumprido, há quatro riscos que poderão pôr em causa todo o trabalho. Primeiro, os peritos internacionais dizem que a recessão pode ser maior que o esperado. O ajustamento da economia vai tomando forma e o ambiente externo, “possivelmente mais fraco”, vai intervindo nas contas nacionais através, por exemplo, da redução do consumo. Em segundo lugar, o FMI lembra a missão quase impossível do governo: “A pura dimensão do ajustamento aumenta os riscos de implementação”, escrevem os peritos. Ou seja, são muitas medidas ao mesmo tempo e sobre vários assuntos. Ver Mais.

 

terça-feira, 10 de abril de 2012

Mais uma Taxa

Governo quer criar nova taxa no comércio de alimentação


A notícia assim à primeira vista até parece boa. Finalmente os Belmiros, os Soares dos Santos, os Franceses armados em Mosqueteiros, os Alemães do Lidl e mais uns quantos, vão passar a pagar uma taxa sobre os lucros fabulosos que arrecadam. Bem feito sim senhor! Então não é esta gente que tem arruinado o nosso comércio local? Força Cristas! Taxas para cima deles.

Agora há o reverso da medalha. Alguém minimamente conhecedor do comportamento destes grupos económicos acha que são eles que vão arcar com o custo de mais estas eventuais taxas? Claro que primeiro tentarão fazer pagá-las aos fornecedores através de um aumento dos rapéis, descontos e mais uma série de expedientes conhecidos (não da ministra Cristas) mas de quem tem que se sujeitar aos ditames desta gente. E se não chegar, claro que vai sobrar para aquele que se lixa sempre  (o mexilhão) ou seja o consumidor. Caramba já chateia tanta ignorância e tiros de pólvora seca, que se não matam, chamuscam sempre os mesmos.

Algumas dificuldades em lidar com o novo formato do blogue, fizeram com que tivessse que me socorrer de um outro link, que não o inicial, peço desculpa nalguma confusão que tenha criado.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

70 anos depois do seu nascimento. Adriano Correia de Oliveira


Adriano Correia de Oliveira nasceu em 1942 no Porto.
Aos 17 anos ingressou na Universidade de Coimbra, para frequentar o curso de direito e tornou-se membro do Orfeão Académico.
Juntamente com José Afonso, foi um dos principais renovadores da canção de Coimbra, iniciador do movimento de renovação da música em Portugal, que ficaria conhecida por "balada", e uma das principais vozes da Resistência ao fascismo.
Cantou inúmeros poetas, tendo sido o principal responsável pela divulgação de Manuel Alegre, António Gedeão, Fernando Assis Pacheco, Manuel da Fonseca, entre outros.
A canção A trova do vento que passa, faz parte de um conjunto de melodias que encantaram e prevaleceram como baluartes da canção de intervenção, e testemunho do seu profundo amor à causa da Liberdade.
Adriano Correia de Oliveira empenhou-se no combate político e cultural, antes e depois do 25 de Abril, até à sua morte. Permanece como um dos artistas mais importantes da segunda metade do século XX.
Faleceu em 16 de Outubro de 1982.

sábado, 7 de abril de 2012

Páscoa em tempo de recessão

Católico por tradição, não muito praticante, achava que os actos eram mais importantes do que a presença assídua nas homilias dominicais. Pessoa de bem e com algum rendimento, dada a exploração dum pequeno negócio familiar que já vinha dos tempos do seu pai.
Ao longo da vida lá foi aceitando os pedidos para ser padrinho de uns tantos rapazes e raparigas a que por tradição tinha que dar o folar que se traduzia num folar (propriamente dito) mais um pacote de amêndoas e uma verba em dinheiro vivo.

Até à anterior Páscoa (embora na ultima já tivesse sido difícil) conseguiu dar a cada um dos afilhados solteiros (os outros perdem o direito quando casam) um folar de quatro ovos. Um pacote de amêndoas de ½ Kg e uma nota de 50 euros. Isto a multiplicar por 7 o que foi uma despesa bastante considerável para os tempos que corriam.

Nesta Páscoa há tempo que a consciência lhe pesa, pois cedo percebeu que não estava em condições de gastar o mesmo. Fez contas e mais contas e decidiu que não podia ser. Todo o dinheiro que tinha de parte, foi-se com os investimentos que nos últimos anos teve que fazer para manter o seu negócio a funcionar dada a pressão das autoridades sanitárias e afins e agora mal está a dar para as despesas.

Depois de muito remoer e fazer contas lá decidiu que tinha que reduzir para metade os gastos anteriores e assim cumprir o seu dever de padrinho e não deixar os afilhados sem o tradicional folar da páscoa. Pensava que reduzindo para metade, os custos seriam suportáveis.

Comprou 7 pacotes de amêndoas de 0.250 Kg e logo aí as contas ficaram furadas. Pois o custo era muito superior à metade que pensava gastar. Lá  distribuiu por  7 envelopes não os 50€ mas 25 em cada .

Complicado foi quando foi à padaria encomendar os folares. Pensava que reduzindo de 4 para 2 os ovos o custo também seria de metade. Mas não, ali não funcionava a lei da proporcionalidade. Conversa mais conversa com o padeiro acabaram por encontrar uma solução. Em vez de 7 folares de 4 ovos como costume, fazia pelo mesmo preço do ano anterior, sete folares de três ovos mas em massa de pão. Massa de pão, sim com o mesmo feitio, mas uma carcaça com 3 ovos.
Lá passou a noite de Sábado de Aleluia a pensar como iria explicar esta redução e arranjar uma desculpa para a falta de cor e açúcar daquela imitação de folar de Páscoa. Mas claro que lhes ia prometer que lá para o ano de 2015 as coisas voltavam a ser como dantes. Pensava ele sem grande convicção e também achava que não ia convencer os afilhados.

Um imenso abraço para o José Tengarrinha

Por Helena Pato
Faltam pouco mais do que 24 horas para encerrarmos as inscrições no ALMOÇO DO DIA 14 - a comemoração do 80º Aniversário de JOSÉ TENGARRINHA. A partir das 370 inscrições, terão de se sujeitar a deslocarem-se à Junqueira, na expectativa de haver algum amigo que, à última hora, não tenha podido ir. Pelo espírito que transparece dos mails e telefonemas com que se inscreveram as 360 pessoas contadas na lista de hoje, pelo clima de entusiasmo que este encontro gerou, não nos parece que isso vá acontecer, a não ser por motivo pessoal grave. Avise os amigos! O facebook e os blogues continuam a revelar-se determinantes na divulgação desta iniciativa. Pessoalmente, não me tenho apercebido de grandes ecos na Imprensa, mas espero que, na próxima semana, o panorama seja diferente na Comunicação Social. Há entrevistas com Tengarrinha previstas para a Rádio, a Imprensa e uma televisão. Talvez este facto venha criar apetência para outras inscrições...mas, nessa altura, não chegarão a tempo... Lembre os amigos! - é um apelo do GRUPO ORGANIZADOR. VER MAIS.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Mulher da Erva - " Coro da Primavera "


Mulher da Erva / José Afonso
Intérprete - " Coro da Primavera "
Piano - Rui Mesquita
Espectáculo " Cantares do Andarilho - tributo a José Afonso "

Emocionante ver um grupo de crianças a cantar Zeca Afonso. A garantia da imortalidade da sua obra.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Boas e más Colheitas

Pareceu-me ter lido ou ouvido há uns dias Mário Soares comparar os bons e maus políticos às boas e más colheitas de vinho.

Não me parece uma comparação muito descabida se estivéssemos a falar de vinho feito genuinamente com uvas e tudo. Aí sim, sabemos que há uma série de influências para que haja anos em que o vinho saia pior do que noutros. Agora uma coisa é vinho feito de uvas, outra é “vinho” feito a martelo” (mesmo que estagie em cascos de carvalho ou afins) e aí sai normalmente uma surraipa intragável.

Comparar vinhos com políticos tem que se fazer, partindo da base de que são feitos uns e outros.
As influências naturais podem fazer com que as colheitas saiam melhores ou piores, mas não deixam de o ser por isso. Vinho ou político feito à martelada já são embustes, mas na verdade
metido numa boa embalagem o vinho aldrabado vende e o consumidor só depois de abrir a garrafa é que percebe o “barrete” em que caiu.

No político feito também à martelada (e neste caso até pode ter estagiado uns tempos numa (j)  qualquer,  não deixa de ser um embuste. O grande problema,  tal como acontece no vinho, também aqui é vender ao cidadão eleitor uma imagem devidamente embalada e só depois de desembrulhada é que se vê a fraude em que se caiu.

No entanto vamos deixar de beber vinho só porque nos enfiaram um barrete? Acho que não. Teremos é que ser mais cautelosos nas escolhas.

Vamos deixar de votar e exercer o nosso direito ao exercício da Democracia só porque nos têm enfiado uns barretes? Também não e aqui também teremos que ser mais cautelosos nas escolhas.

Sou dos que acredita que em Portugal há bons vinhos e também há bons políticos. A questão põe-se na nossa capacidade de escolher os certos, num e noutro caso.

Boa Pascoa. E Já agora escolham um bom e legítimo vinho para acompanhar o tradicional almoço. Porque, para já (pelo menos nesta) vamos ter que aguentar estes políticos que nos calharam na rifa e que são feitos duma massa esquisita que cheiram a uma “borra” pior que a do engaço.

Canção do desterro


Canção do Desterro (Zeca Afonso) por Helena Sarmento no álbum "Fado Azul"
Guitarra Portuguesa: Samuel Cabral
Viola: Ana Ribeiro