terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Esperar que o doente morra para fazer a autópsia?

Seguro apresenta Laboratório de Ideias Para Portugal a pensar nos 50 anos do 25 de Abril (link)

Contam-se várias estórias sobre o que se faz em laboratório para encontrar novos medicamentos para muitos dos males que afectam a humanidade. O animal mais usado é o Rato, mas sabe-se que há seres humanos a servir de cobaia e nem sempre as coisas correm bem. Apesar de ficar tudo no segredo dos Deuses há sempre algo que ao longo dos tempos transpira cá para fora e as dúvidas vão ficando. Ainda hoje se especula sobre a origem duma doença que se tornou uma das maiores epidemias dos últimos tempos, refiro-me à Sida.

Ontem quando ouvia António José Seguro apresentar (com a devida pompa e cobertura jornalística) o seu Laboratório de ideias senti algo indiscritível e fiquei com uma enorme tristeza pois acho que perdi o resto de alguma simpatia que tentava ter por esta figura que decidiu que um dia quando fosse oportuno, seria o manda chuva do PS e consequentemente esse lugar seria a alavanca para chegar a primeiro-ministro.

Para mim a política é uma ciência e como tal deve ser estudada. O mundo chegou a uma encruzilhada e há que estudar soluções para dela sair. Tudo o que seja provocar a discussão sobre os problemas que afectam a humanidade devem ser objecto de estudo, desde a origem até às consequências, só assim é possível encontrar soluções.

Mas será que vamos ter que esperar 3 longos anos até que o tal laboratório encontre a cura para os nossos males?

Parece-me que a não ser que se aceite como uma inevitabilidade o rol de malfeitorias que todos os dias se praticam. Que o número de desempregados, o número de falências diárias, o número de doentes a morrer pela detioração dos serviços de saúde que chegou já à inexistência de medicamentos em vários hospitais e mais um rol de problemas demasiado extenso, para trazer para aqui.

Quando um doente está a ser maltratado por incompetência médica há que rapidamente mudar de médico e não deixar que morra para se fazer a autópsia e descobrir porque é que aconteceu, quando era antecipadamente óbvio. Pode ser importante em termos científicos. Mas era mais importante salvar o doente.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Haja Fé!


Para além dos azares que nos têm caído em cima e como um azar nunca vem só, também a mãe natureza se associou a todos os outros e não colabora com o esforço Nacional para sairmos do “atoleiro” em que estamos metidos. Claro que ”atoleiro” é uma figura de estilo pois sem água não há os ditos.
Ora como tenho estado atento aos esforços da ministra Cristas cuja seca é um problema de um dos seus ministérios e sabendo-se que a srª Ministra é uma fervorosa católica procurei e encontrei uma oração criada para este efeito.
Porque não ao exemplo das gravatas, não decreta que os funcionários do ministério da agricultura tenham como tarefa diária pelo menos uma vez ao dia praticar esta oração? (claro que devia de haver direito a objecção de consciência).
                         
ORAÇÃO PARA PEDIR A CHUVA



Deus, nosso Pai, Senhor do Céu e da terra
Tu és para nós existência, energia e vida
Criaste o homem à Tua imagem
a fim de que com o seu trabalho ele faça frutificar
as riquezas da terra
colaborando assim na Tua criação.
Temos consciência da nossa miséria e fraqueza:
nada podemos fazer sem Ti.
Tu, Pai bondoso, que sobre todos fazes brilhar o sol
e fazes cair a chuva,
tem compaixão de todos os que sofrem duramente
pela seca que nos ameaça nestes dias.
Escuta com bondade as orações que Te são dirigidas
com confiança pela Tua Igreja,
como satisfizeste súplicas do profeta Elias
que intercedia em favor do Teu povo.
Faz cair do céu sobre a terra árida
a chuva desejada
a fim de que renasçam os frutos
e sejam salvos homens e animais.
Que A chuva seja para nós o sinal
da Tua graça e da Tua bênção:
assim, reconfortados pela Tua misericórdia,
dar-te-emos graças por todos os dons da terra e do céu,
com os quais o Teu Espírito satisfaz a nossa sede.
Por Jesus Cristo, Teu Filho,
que nos revelou o Teu amor,
fonte de água viva, que brota para a vida eterna.
Amen.
Papa Paulo VI
               (Angelus de 04/07/l976, in: L´Osservatore Romano, 11/07/1976)
Nota: Não tem este post qualquer intenção de ofender os praticantes de qualquer religião. Dado que respeito as confissões religiosas e o direito à sua prática de quem quer que seja.
Post inspirado aqui

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Zeca Sempre

Ontem foi um dia emocionante. Talvez andasse distraído mas parece-me que em 25 anos, nunca o Zeca foi tão amplamente lembrado como neste 25º Aniversário da sua partida.
Para além de relembrar o grande número de músicas, canções e cantigas, algumas já quase esquecidas, lembrou-se sobretudo o homem com tudo o que a sua personalidade encerra.
Tenho a sensação que hoje o Zeca, a sua obra e o seu legado são mais conhecidos que nunca.
Senti como há muito não acontecia, uma unanimidade em volta do homem que criou a canção que ficou para sempre gravada como o hino de Abril e que em volta dele o povo Português se uniu de Norte a Sul do País.
Muita coisa aconteceu para quase 38 anos depois, cantarmos a Grândola Vila Morena, não com a alegria com que o fizemos naqueles tempos, mas com tristeza, raiva e alento para segurar as conquistas de Abril e impedir que os tais Vampiros comam tudo e para que o pão que comemos não nos saiba a merda.

Zeca terá dito um dia: "Quanto mais pessimista é a visão que eu tenho do mundo e das coisas, mais vontade tenho de me envolver nelas." Inevitavelmente continua envolvido!

Neste blogue Zeca Afonso sempre teve um lugar cativo. Assim continuará a ser.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Zeca. 25 Anos Depois!

  Só nós estamos proibidos de cantar. Vós não!
Outono/Inverno de 1973 Salão de festas do Sport Operário Marinhense.
Reacção do Zeca à notificação pelas "autoridades" do regime então vigente, à proibição da realização do espectáculo marcado.
E nós cantámos, cantámos.
O meu primeiro encontro com o Zeca.
Hoje deixo-o em silêncio.
Se o Zeca já não pode cantar, façamos com que seja ouvido.
Foto de Joaquim Lobo

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Pois! Acontece aos melhores (até aos que não merecem).

Juro que não escrevo mais posts sobre questões de saúde. Ontem foi assim, hoje quase,  espero que amanhã possa ir espreitar umas folionas que vão andar por aí.

Pronto fiz ponte! mas garanto que não foi ronha. Até porque hoje levantei-me às 6 da matina como costume e às 7 estava a avisar que ia mais tarde. Acabei por passer o dia em casa. Agarrado ao telemóvel  e ao computador remoto.
Isto de não acreditar em bruxas... paga-se!

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Não Morrer do Mal, mas sim da Cura

Hoje tirei a tarde para fazer uns exames que o meu médico me recomendou. Nada de especial apenas rotina para prevenir que haja mais complicações do que aquelas que já me afectam e como os 60 se aproximam rapidamente, nada como prevenir. Na verdade tenho o privilégio de ser diabético (controlado) o que me torna isento de taxas moderadoras, até não sei quando.

Encontrei um amigo e enquanto ambos esperávamos pelo atendimento (que nunca é rápido) lá me foi contando as suas desgraças. Ao pé dele senti-me um privilegiado dado o rol que me foi desfiando sobre as suas, mais que muitas mazelas.

Lá me foi dizendo que até há cerca de um ano atrás se sentia impecável e como tal nada de perder tempo com médicos. Até que um dia numa consulta de rotina a que foi obrigado por razões profissionais lá descobriram que havia algumas avarias a precisar de reparação. A partir daí foi um ver se te avias, em consultas, primeiro o médico de família que lhe receitou uma carrada de exames a tudo e mais alguma coisa até a órgãos que não sabia sequer que existiam. Depois dos exames o mesmo médico receitou-lhe uma panóplia de medicamentos e um não sei quanto número de credencias para exames mais complexos e consultas de especialidade.

Cada especialista dizia uma coisa. Retirava um medicamento e receitava outro e assim sucessivamente, ao ponto da gaveta que tinha para isso não chegar. Uns para tomar e outros para não tomar e as finanças começaram a fazer-se sentir. Como estava com baixa o subsídio de doença já não chegava para as despesas. Os cartões de crédito esgotaram os plafonds. Já estava a ficar seriamente preocupado com o meu amigo e sem saber bem o que lhe dizer, quando fui chamado para o exame. Tento despedir-me à pressa quando ele me agarra por um braço e dispara: Mas o pior é que entrei numa depressão profunda que até perdi a vontade de viver e já não há muito que possa fazer. Aí fiquei atarantado e só consegui em jeito de despedida rematar-lhe: Olha pá! Estás como o País. Se não morreres do mal, morres da cura!
E lá fiquei com o resto do dia estragado, com aquela sensação de impotência parecida com aquilo que sinto ao “ver, ouvir e ler” as desgraças que grassam por este País.

Palavras "tristemente" sábias

Que Humanidade é Esta? Se o homem não for capaz de organizar a economia mundial de forma a satisfazer as necessidades de uma humanidade que está a morrer de fome e de tudo, que humanidade é esta? Nós, que enchemos a boca com a palavra humanidade, acho que ainda não chegámos a isso, não somos seres humanos. Talvez cheguemos um dia a sê-lo, mas não somos, falta-nos mesmo muito. Temos aí o espectáculo do mundo e é uma coisa arrepiante. Vivemos ao lado de tudo o que é negativo como se não tivesse qualquer importância, a banalização do horror, a banalização da violência, da morte, sobretudo se for a morte dos outros, claro. Tanto nos faz que esteja a morrer gente em Sarajevo, e também não devemos falar desta cidade, porque o mundo é um imenso Sarajevo. E enquanto a consciência das pessoas não despertar isto continuará igual. Porque muito do que se faz, faz-se para nos manter a todos na abulia, na carência de vontade, para diminuir a nossa capacidade de intervenção cívica.

José Saramago, in 'Canarias7 (1994)

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

O despautério “carnavalesco” de Passos Coelho.

Um post surripiado em "A Carta a Garcia"

Creio que toda a gente já terá entendido que a decisão do 1º ministro de acabar abruptamente com a tolerância de ponto do carnaval se está revelar verdadeiramente desastrosa. Não apenas pelo conteúdo substantivo do “diktat” com que Passos Coelho eivou a decisão, mas também pelo modo como a justificou, ou seja, um estilo abundantemente subserviente e reverente aos trabalhos da troika, para além do “timing” irrealista e ignoto como a anunciou.

É que Passos Coelho tinha a obrigação de bem recordar a catástrofe em que incorreu, em 1993, o seu homólogo de então, o 1º ministro Cavaco Silva. Como é do conhecimento geral e histórico, Cavaco iniciou com decisão similar o seu inabalável declínio que terminou com a vitória socialista em Outubro de 1995, pese embora o facto de Cavaco ter tentado “corrigir o tiro” não fazendo retirar a tolerância no ano de 1994.

O que vale por dizer que Passos vai ser o principal derrotado pelo desconchavo como tratou de forma arrogante a matéria do carnaval. É que, como é bem sabido, Passos vai confrontar-se com a desobediência de milhares de autarcas, “maxime” do PSD, dos principais municípios e dos governos regionais, para além de vastos setores da economia, da banca às maiores empresas, onde vigoram contratos coletivos que inscrevem e respeitam a tradição do carnaval. Sem falar na generalidade dos diversos níveis de ensino, a que se somam hospitais e tribunais onde há muito se definiu que só o serviço urgente seria efetuado.

Ou seja, a próxima terça-feira de carnaval vai ser um dia de verdadeira paralisação nacional reforçada e o 1º ministro e respetivo séquito vão entrar na história dos “momos”, ou por outra, dos “bufões”. Óbvio que Passos Coelho se defenderá invocando a propalada “coerência” das imposições recentes dos feriados, prouvera retorquindo com o infelizmente célebre “custe o que custar”, o que, por se tratar de um bordão de linguagem do ditador espanhol Franco, aconselharia a que Passos o devesse evitar, por mera questão de bom senso e de bom gosto.
Tudo para que conste que este é o mesmo 1ºministro que vilipendiou os portugueses apodando-os de “piegas” entre outros impropérios, num registo discursivo verdadeiramente inenarrável e grosseiro, mais próprio de quem pretende amedrontar e aterrorizar os cidadãos que sofrem os sucessivos acréscimos do desemprego, o aumento da austeridade vazada em cima da austeridade, os cortes dos subsídios de férias e de Natal, a que acresce a recente baixa do produto interno bruto (PIB) e a consequente e inevitável ausência de medidas que favoreçam o crescimento económico.

Passos Coelho, a ver também pelo desgoverno e má coordenação do executivo, de que os dislates de Relvas, afrontando o Parlamento, não indiciam nada de primaveril, vai passar um mau bocado com a batalha perdida em que se transformou o despautério carnavalesco. Pode passar-lhe por cima o vagão pesado da derrota e a consequente demissão.

Osvaldo Castro

Farol do Penedo da Saudade completa 100 anos

Na quarta-feira, dia 15 de Fevereiro, o Farol do Penedo da Saudade, situado a 800 metros a Norte de S. Pedro de Moel, no distrito de Leiria, completa cem anos, motivo para a Marinha, através da Capitania do Porto da Nazaré e da Direcção de Faróis, celebrar a data com música e uma exposição.

Às 10:30 é descerrada uma placa evocativa seguindo-se um concerto pelos alunos do 2.º ano do curso profissional de Música da Escola Secundária Eng. Acácio Calazans Duarte, da Marinha Grande, que antecede a abertura da exposição “Farol Penedo da Saudade, 100 anos a colorir o mar” que estará patente até 04 de Março.
Também até 04 de Narço, o farol com uma torre de 32 metros, estará aberto para visitas entre as 14:00 e as 17:00.
Segundo dados da Marinha o farol aberto em 1912, fica situado a uma altitude de 55 metros. De Março de 1916 a Dezembro de 1919, o farol esteve apagado devido à I Grande Guerra.
“Inicialmente foi instalado um aparelho óptico de 3.ª ordem, grande modelo (500mm de distância focal), com a rotação da óptica produzida por uma máquina de relojoaria. A fonte luminosa utilizada era a incandescência pelo vapor de petróleo”, referiu fonte da Marinha à Lusa.
O farol que foi sendo actualizado tecnologicamente, foi dotado de energia eléctrica em 1947, só vindo a ser ligado à rede de distribuição pública de energia em 1980, ano em que foi iniciada também a sua automatização.
Lusa
The Lighthouse (2nd edit - trash) from Miguel Costa on Vimeo.
Um colecção de fotos digna de ser visitada link

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Pois. Hoje é dia dos namorados

Hoje é dia dos namorados. Sim a sociedade consumista em que (ainda) vivemos criou uma série de dias para comemorar e levar as pessoas a gastar dinheiro comprando umas bugigangas para se oferecerem nestes dias. Mas eu sou daqueles que acha que todos os dias, devemos amar as nossas namoradas, as nossas crianças, os nossos pais os nossos irmãos e em geral os nossos familiares bem como todos os seres humanos a quem podemos dar uma palavra ou um simples gesto de carinho.

Ao dar uma espreitadela pelos títulos dos jornais, mais percebo quanto é bom ter alguém a quem dar os bons dias, um beijo e um carinho a correr porque aqueles minutos a mais enroscado em ti vão fazer falta para cumprir horários.

Sabes enquanto escrevo este texto lembro a tristeza do estar só. Eu já estive, por opção é certo, mas apesar de tudo sempre achei que estar só, é preferível a fingir que se está acompanhado. Não tenho grande jeito para estas “lamechices” não sou muito de te dedicar posts, mas hoje tem que ser. Não te vou oferecer nada. Apenas uma canção que sei que tu gostas. Lembras-te da primeira vez que cantei Karaoke? Se recordo bem, a primeira foi a Pedra Filosofal e a segunda a ti dedicada foi a “Nini” quantas vezes ta cantei. Sim tinha 15 anos quando te vi pela primeira vez. Ambos sabemos o quanto esse olhar trocado nos marcou. A vida fez que passasse uma eternidade até nos voltarmos a encontrar e nunca mais nos largarmos. Que assim seja para sempre.
Amo-te Adélia

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Fascismo nunca Mais!

Governo alemão confirma: Berlim quer ocupar Atenas e talvez Lisboa (link)

Lembro que quando se gritava a palavra de ordem que serve de título a este post em comemorações de datas históricas (25 de Abril por exemplo) e outras acções de massas havia sectores, que criticavam a insistência neste tipo de expressão. Garantia-se até que a democracia era irreversível, dada a nossa integração na Europa Democrática.
A noticia cujo link para aqui trago não deixa grandes duvidas. Defender a Democracia e a liberdade já não é um acto de esconjurar fantasmas. Está na ordem do dia.
Agradecimentos à Helena Pato pela divulgação desta preocupante notícia.

47 Anos depois do cobarde assassínio do General sem medo...

O general sem medo from Videoteca Municipal de Lisboa on Vimeo.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Soneto do Trabalho



SONETO DO TRABALHO

Das prensas dos martelos das bigornas
das foices dos arados das charruas
das alfaias dos cascos das dornas
é que nasce a canção que anda nas ruas.

Um povo não é livre em águas mornas
não se abre a liberdade com gazuas
à força do teu braço é que transformas
as fábricas e as terras que são tuas

Abre os olhos e vê. Sê vigilante
a reacção não passará diante
do teu punho fechado contra o medo.

Levanta-te meu povo. Não é tarde.
Agora é que o mar canta é que o sol arde
pois quando o povo acorda é sempre cedo.

Este poema , foi retirado do livro "Vinte anos de poesia do poeta Ary dos Santos. Na pesquisa que fiz, sei que foi musicado por Fernado Tordo por quem foi cantado e é esta a voz que tenho gravada na memória, mas parece que a primeira gravação foi feita pela Tonicha , apesar de a Simone a ter também cantado numa revista.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Um post controverso...


Amanhã realiza-se mais uma manifestação “Nacional” convocada pela CGTP e apoiada por uma série de estruturas de maior ou menor dimensão.
Claro que estou de acordo com esta, tal como estive com outras e numa delas até participei fisicamente.
 
A minha dúvida é se a repetição do mesmo tipo de acções sem objectivos mais concretos e mobilizadores não cansarão os seus participantes? Sim porque há sempre os que vão a todas, mas esses são cada vez menos, até porque a lei da vida é incontornável.
Sabe-se também que alguns sectores profissionais mobilizaram-se nos últimos tempos para este tipo de acções porque pela primeira vez lhes foram à algibeira, mas duvido que muitos desses profissionais se tornem manifestantes (militantes).

Uma manifestação chamada de Nacional que tem como objectivo dizer “Não à exploração, às desigualdades e ao empobrecimento e que outra política é possível e necessária!”. Quanto a mim é demasiado fraco, embora nas entrelinhas se leiam outras coisas. Mas porque não chamar as coisas pelos nomes? Como disse o Ary dos santos num poema que tenciono publicar amanhã “o povo não é livre em águas mornas”.

 Mesmo que a manifestação de amanhã seja grandiosa, na melhor das hipóteses reunirá 2% da população Portuguesa (menos que o nº de funcionários públicos e afins da grande Lisboa) e o resto dos sectores profissionais e sociais condenados às desigualdades e ao empobrecimento? Muito menos que as pessoas que querem outra política e a consideram necessária.
E no resto do País? Será que para os organizadores, Portugal é Lisboa e o resto é paisagem?

Desculpem o meu aparente cepticismo. Mas acho que para problemas novos há que encontrar formas novas de mobilização popular e apontar objectivos concretos a atingir. As receitas por muito boas que sejam, têm que ser usadas com contra peso e medida, sob pena de cansarem.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

A PIEGUICE DOS HOMENS

António Lobo Antunes - (Sátira aos HOMENS quando estão com gripe)"

Poema aos homens constipados 
Pachos na testa, terço na mão, Uma botija, chá de limão, Zaragatoas, vinho com mel, Três aspirinas, creme na pele Grito de medo, chamo a mulher. Ai Lurdes que vou morrer. Mede-me a febre, olha-me a goela, Cala os miúdos, fecha a janela, Não quero canja, nem a salada, Ai Lurdes, Lurdes, não vales nada. Se tu sonhasses como me sinto, Já vejo a morte nunca te minto, Já vejo o inferno, chamas, diabos, Anjos estranhos, cornos e rabos, Vejo demónios nas suas danças Tigres sem listras, bodes sem tranças Choros de coruja, risos de grilo Ai Lurdes, Lurdes fica comigo Não é o pingo de uma torneira, Põe-me a Santinha à cabeceira, Compõe-me a colcha, Fala ao prior, Pousa o Jesus no cobertor. Chama o Doutor, passa a chamada, Ai Lurdes, Lurdes nem dás por nada. Faz-me tisana e pão de ló, Não te levantes que fico só, Aqui sozinho a apodrecer, Ai Lurdes, Lurdes que vou morrer. 

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Esperança


Letra e música: Pedro Barroso Intérprete: Pedro Barroso* (in LP "Roupas de Pátria, Roupas de Mulher", Orfeu, 1986, reed. Movieplay, 2004; 2CD "Antologia 1982-1990", Movieplay, 2005)ao vivo com a Tuna de Veteranos e Coral Polifónico de Viana do Castelo, no Teatro Sá de Miranda, em Maio de 2008.

Sem palavras...

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Frouxidão...

Parece-me que fora do arco do poder, filiais e sucursais já pouca gente tem duvida que a eleição desta maioria logo a seguir a um Presidente da Republica, que cada vez que abre a boca, sai asneira ou entra mosca, foi um terrível engano que estamos todos a pagar bastante caro. Quando digo todos, não incluo as excepções que sempre existem.

Apesar de ser apologista e defensor do respeito pela vontade do Povo expresso nas urnas sou também apologista de que quem ganha as eleições com falsas promessas e mentiras descaradas não se lhe deve permitir acabar o mandato, sob pena de que as malfeitorias sejam tantas que a regressão seja de tal ordem que pelo caminho que as coisas estão a levar não faltará muito para que nos nossos bilhetes de identidade onde actualmente consta a nossa Nacionalidade seja posto um ponto de interrogação, dada a entrega por “trocados” de grande parte dos sectores básicos da nossa economia e consequentemente da nossa soberania.

Naturalmente que para se chegar a este ponto muita coisa aconteceu. Ao longo dos tempos também por aqui fui deixando as minhas modestas opiniões e naturalmente não as vou repetir.

Mas se me preocupa a completa incompetência e dependência de quem detém os principais órgãos de soberania, mais me preocupa a frouxidão da chamada oposição.

Dos três partidos com assento parlamentar que pela lógica representam quem não se revê nesta maioria, o que vemos? Para além de intervenções parlamentares com mais ou menos acutilância, cá por fora vemos o PS a arrumar a casa, o PCP a lançar a sua força avançada e o que ela representa com as tradicionais greves e manifestações, sem qualquer inovação e o B.E, que para além do Parlamento não se vê praticamente em mais lado nenhum.

Entretanto crescem em sectores multifacetados da opinião pública, movimentos que utilizando as novas tecnologias de comunicação tomam a dianteira na denúncia de muitas das arbitrariedades e abusos que se vão conhecendo. Se isso é importante não se iludam os que pensam que as “revoluções” se fazem frente a um teclado de computador. Basta um apagão na internet e tudo não passou de fogachos.

Oposição faz-se com acções político partidárias (as outras são complementares) As esquerdas têm que deixar as suas capelinhas e discutir em conjunto como pôr termos ao descalabro que está a atirar Portugal para uma situação insustentável. Se não o fizerem também eles serão culpados e julgados pela sua inacção.


sábado, 4 de fevereiro de 2012

Moda do Entrudo...


Segundo a tradição eram chamados de "entrudos" os bonecos gigantes que simbolizavam e ridicularizavam algumas figuras públicas. Esta tradição foi recuperada após o 25 de Abril e não havia quem escapasse à imaginação popular.
Sabe-se que este ano o Carnaval não vai ter tolerância de ponto. Claro que já estou a ver a ridicularização de alguns figurões da nossa praça no próximo Carnaval. Claro que Passos Coelho sabia que ia ser um dos bombos da festa. Vai daí, pimba! Não há Carnaval para ninguém!
Ainda me lembro de em 1993 o actual P.R. Ter feito o mesmo. Acho que pagou caro. Eu que habitualmente até não vou em Carnavais, ganhei vontade de me mascarar (ou tirar a mascara). Até porque a vida são dois dias e o Carnaval são três.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Faltava Esta...


Começo por ressalvar o respeito que tenho pelo Arquitecto Ribeiro Telles na sua área profissional e por alguns dos subscritores.

Naturalmente que a seguir aparece um movimento a querer restaurar o Salazarismo (não falta para aí quem o deseje).
Também não me admira nada que um qualquer Maoista reformado apareça a encabeçar um movimento a defender a instauração da ditadura do proletariado, (made in China)

Argumentos não vão faltar, dado o estado a que chegámos e à sensação de que caminhamos para o Abismo.

Eu cá por mim inclino-me mais pela “restauração” da Democracia Instaurada com o 25 de Abril. Pelo cumprimento da constituição da Republica Portuguesa e pela utilização dos meios, nela consagrada. Sobretudo o respeito pela cidadania e o direito de se ouvir o Povo pelos meios aí inscritos.

Soluções requentadas e bafientas não resolvem, por muito respeito que os seus “mentores” me possam merecer.

“Cumprir o acordo a todo o custo”