quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Post Largo das Calhandreiras 08 Setembro 2009

Democracia Participativa

A propósito do post da comissão de moradores onde anuncia o falecimento “prematuro” da SEGUNDA VAGA por inacção (ou falta de alimentação) apetece-me recordar aqui que um dos bens mais preciosos que a revolução de Abril nos trouxe, foi a possibilidade de participar na construção e aprofundamento da democracia.

É com alguma nostalgia que não posso deixar de comparar os períodos eleitorais que vivemos com os de outros tempos, em que à volta das sedes dos partidos políticos se via um fervilhar de gente ansiosa por dar a sua opinião sobre os candidatos a escolher e os programas a apresentar com base nos inúmeros problemas que havia a resolver.

De facto, hoje tornamo-nos (em grande parte) excelentes “treinadores de bancada” todos temos opinião sobre este ou aquele tema, especialmente sobre aquilo que nos interessa ver resolvido. Tornamo-nos indiferentes ao que ao colectivo diz respeito, somos capazes de fazer um chinfrim dos diabos se os 20 metros da nossa rua têm outros tantos buracos e quando nos brindam com um asfalto novo logo esquecemos que no lugar ao lado continua a haver buracos por tapar, desde que por lá não tenhamos que passar e dar cabo dos amortecedores.

Nas questões Nacionais o panorama não é muito diferente. Se o nossa profissão corre o risco de ficar com alguns privilégios ou direitos adquiridos a menos, logo somos capazes de nos mobilizar e mesmo que nunca na vida tenhamos ido a uma manifestação, até nos deslocamos a centenas de quilómetros para fazer couro e conseguir manter inalterado o nosso estatuto “conseguido com tanto sacrifício” e logo nos esquecemos daqueles que já não defendem os seus interesses profissionais, porque já nem profissão têm.

Enquanto vivemos a olhar para o umbigo, floresce por aí um conjunto de “políticos” cujo único objectivo é fazer carreira (excepções à parte) que apenas têm que dar conta aos chefes e manterem-se nas boas graças dos mesmos, para que “o tacho” com tanto “sacrifício” conquistado não se perca, porque não há que dar contas a mais ninguém.

Calhandrado por folha seca às Terça-feira, Setembro 08, 2009 4 bitaites

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